Waldez Ludwig

sábado, 4 de setembro de 2010

Carta aberta, de Eliane Sinhasique, para Renato Aragão, o Didi. Dou nota DEZ para essa mulher. Parabéns!




Quinta, 23 de maio de 2009.


Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu Nome para colar nas correspondências)...
Achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.
Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos).
Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.
Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula.
A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na escola da zona rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária.
Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos Impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família.
Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem.
Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais.
O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só não interessa aos políticos no poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal.
Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha?
Você diz em sua Carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua Carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é 'o cara'. Ele tem a chave do Cofre e a vontade política para aplicar os recursos.
Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...
No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.
Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho.
Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.
Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não.
Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.
Outra coisa Didi, mande uma Carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando... Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.
P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la antes de abrir.

PS2* Aos otários que doaram para o criança esperança. Fiquem sabendo, as organizações Globo entregam todo o dinheiro arrecadado à UNICEF e recebem um recibo do valor para dedução do seu imposto de renda. Para vocês a Rede Globo anuncia: essa doação não poderá ser deduzida do seu imposto de renda, porque é ela quem o faz.

PS3* E O DINHEIRO DA CPMF QUE PAGAMOS DURANTE 11(ONZE) ANOS? MELHOROU ALGUMA COISA NA EDUCAÇÃO E NA SAÚDE DURANTE ESSES ANOS?

A VENDA DA TAM


Do Blog do Luís Nassif
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Vamos a algumas conclusões sobre essa suposta associação da TAM com a LAN, companhia aérea chilena.
Em termos efetivos, não foi associação. Foi uma venda disfarçada, para poder contornar a legislação brasileira, que proíbe mais de 20% de capital externo em companhia aérea.
A montagem consistiu no seguinte: monta-se uma nova empresa, a Latam Airlines. Nela haverá um bloco de controle, constituído por 24,07% do capital com a família Cueto (da Lan) e 13,52% com a família Amaro (da TAM). Essa companhia terá 20% da TAM. A família Rolim continuará com 80% do controle até ser efetivada a fusão e a operação ser aprovada pelas autoridades aeronáuticas.
Em circunstâncias normais, jamais seria aprovada. Mas o Brasil é Brasil.
Não foi por outro motivo que, já há alguns meses, a TAM eliminou o slogan “orgulho de ser brasileira”.
Acertada a fusão, as ações da TAM serão trocadas por BDR (Brazilian Depositary Receipts), títulos que representam ações de empresas em bolsas estrangeiras) da LAN, negociadas na Bolsa de Nova York e de Santiago, na proporção de 90% do valor. Pelos cálculos do mercado, na sexta-feira, cada ação da TAM poderá chegar a R$ 43,50 – 90% do valor da LAN, de 13.900 pesos chilenos, equivalentes a R$ 48,33. Antes da operação, o mercado considerava R$ 40,00 o preço justo para uma ação da TAM, conforme informou a analista Rosangela Ribeiro, da SLW Corretora, a Tatiane Correa, da Dinheiro Vivo.
Em seguida, a TAM fecha capital e suas ações desaparecem.
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Não se deixe iludir por manchetes, alerta o consultor Igor Cornelsen: a TAM foi vendida! Além do desaparecimento das ações da TAM, o executivo chefe será chileno.
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Foi uma operação visando burlar a legislação brasileira. Mas foi boa para os acionistas.
A TAM não estava em situação financeira grave. Continuava honrando seus compromissos. Mas a distribuição de dividendos não tinha perspectiva de curto e médio prazo. E a família não estava à altura do patriarca comandante Rolim Amaro.
Agora, além da entrada de uma empresa mais valorizada, os acionistas ganharão com a hipervalorização do real, já que o valor das ações foi calculada em dólar.
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Do ponto de vista operacional, segundo Rosângela, os dados de mercado mostram a TAM líder do mercado brasileiro, com 43% de participação e a LAN com 75% do mercado chileno. Em relação aos voos internacionais, a TAM tem 82,7% do mercado brasileiro contra 50% da LAN no mercado chileno.
A TAM tem 143 aeronaves e 25 mil funcionários; a LAN 86 aeronaves e 16 mil funcionários. A TAM só atua no mercado de passageiros; já a LAN tem 11 aeronaves para transporte de carga.
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Para o Brasil é um péssimo negócio, como foi a fusão entre a Brahma e a Antarctica na AMBEV, que depois foi desnacionalizada, e seus acionistas brasileiros foram viver no exterior.
No caso da viação aérea, a situação é mais complexa. Cervejas não são empresas estratégicas, aviação comercial sim. Além disso a aviação comercial funciona sob regime de concessão. São importantes como geradoras de divisas, como elementos de integração nacional e, em caso de conflito, como elementos de apoio na defesa nacional.

Alterações no CBA prejudicam aeronautas -

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 23 de junho, mudanças na Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA). O texto aprovado altera diversos dispositivos do atual código com proposições apresentadas nos últimos 15 anos por parlamentares, além de sugestões recebidas de diversas entidades da sociedade civil e dos órgãos competentes do Poder Executivo. O principal deles se refere à ampliação da participação do capital estrangeiro no capital das empresas aéreas autorizadas a prestar serviços regulares de transporte público aéreo, que passaria de 20% para 49%. Também foi aprovado o reconhecimento da prevalência do Código de Defesa do Consumidor na regulação da relação entre passageiros e empresas, ampliando assim os direitos dos passageiros nos casos de atrasos, desistência da viagem, e cancelamentos de voos e overbooking.

As modificações do CBA apresentadas precisam ainda ser aprovadas pelo plenário da Câmara antes de seguir para o Senado, visto que foram inseridos no projeto original do Senado artigos e assuntos que não faziam parte do projeto original. Mas a votação na Câmara dos Deputados só deve ocorrer depois das eleições de outubro.

Outro ponto alterado foi o Art.158, de autoria do relator Deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), segundo o qual, será admitida a contratação de mão de obra estrangeira para exercerem suas funções no Brasil, como tripulantes ou instrutores, em caráter provisório, na falta de tripulantes ou instrutores brasileiros. O prazo do contrato de instrutores estrangeiros não poderá exceder a seis meses e, para tripulantes, sessenta meses. A proposta é extremamente maléfica aos aeronautas brasileiros e temos de combatê-la de forma veemente!

O SNA, ao ser convocado para a audiência pública sobre o CBA, manifestou sua posição radicalmente contrária ao projeto de libertação do capital estrangeiro. Em nenhum momento da audiência foi mencionada qualquer alteração no Art.158. O Sindicato deixa claro que jamais aprovaria ou permitiria essas modificações no Código Brasileiro Aeronáutico.

Convocamos todos os aeronautas brasileiros a mostrarem sua indignação através de emails, cartas e fax aos Deputados da Câmara Federal, Anac (acessando o link http://www.anac.gov.br/arus/focus/faleconosco/validarUsuario.asp), Secretaria de Aviação Civil, Conac e Ministério da Defesa (pelo email faleconosco@defesa.gov.br ou no site https://www.defesa.gov.br/index.php?page=fale_conosco).

Para acessar a íntegra da Proposta do Deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), relator do projeto de lei 6716/09, clique aqui.

A Diretoria

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Fábio é ex-chefe de equipamento de A-300 da Air Macau

Queira me desculpar, mas não poderia discordar mais do seu raciocínio.
1o.)- A proposta de autorização por 6 meses é só para instrutores. Para tripulantes de linha, a proposta é de cinco (05) anos; vamos ler com mais cuidado, e na íntegra;
2o.)- O Brasil é signatário da ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil, na sigla em inglês) e se pauta por suas regras. Nunca - pelas regras atuais do CBA e dos RBHA's - V.Sa. iria voar com um comandante "recém saído do aeroclube". Nem mesmo o copiloto (que tripula as aeronaves onde V.Sa. viaja como passageiro) poderia ser "recém saído do aeroclube", simplesmente por que os requisitos mínimos são infinitamente maiores do que possui de qualificação e experiência um detentor da "licença de piloto privado" (popularmente conhecida como "brevê"). Essa assertiva revela total desconhecimento da legislação em vigor e da mecânica de formação de aeronautas e aeroviários (recomendo, a esse respeito, a leitura das publicações oficiais contidas no site da ANAC - www.anac.gov.br - e de acesso gratuito ao público, principalmente o RBHA 61, que trata da qualificação de pessoal). Posso também dizer-lhe - do alto de minhas 3 décadas de carreira como aviador profissional - que "o buraco é muito mais em baixo". Ou seja, evite-se, por favor, o "emprenhamento pelos olhos e ouvidos", que certos veículos de mídia tentam infligir ao público leigo;
3o.) Se a aviação do país "travar", não será por falta de aeronautas brasileiros. Terá travado, sim, pela inépcia do Poder Público em atacar as causas e não os efeitos dos problemas que nos afetam, por décadas a fio. "Abrir a cabeça e enxergar mais longe" implica ler o que é exposto a seguir, Cavalheiro.
Afora isso:
Ao contrário do que possa parecer, nós - aeronautas e aeroviários brasileiros - não temos "emprego à vontade lá fora", não!!! Temos emprego em alguns países (não nos melhores), e mesmo assim só em casos extremos, quando precisam muito e não têm de onde tirar, principalmente onde a formação ou não existe, ou é extremamente deficiente. Não pense V.Sa. que temos emprego à vontade nos EUA sem um bom "green card" e a licença do FAA, ou na União Européia, sem possuir passaporte europeu e a licença do JAA (JAR FCL). Nem pensar!!!!!
Fui comandante, instrutor e inspetor-examinador na Ásia e Oriente Médio, ao longo de 10 anos. Batalhei sempre, palmo a palmo, para obter minhas convalidações de licença e vistos de trabalho (sempre vistos de trabalho não-residente; para se tornar residente, em qualquer lugar, mesmo os mais inóspitos, são "outros quinhentos"!!!). EM LUGAR ALGUM DO PLANETA nós - aeronautas e/ou aeroviários brasileiros - temos hoje o benefício de contratos de longa duração de até 05 anos. O máximo - pelo que se sabe - é Hong Kong, onde dão até 03 anos, e mesmo assim sob denso escrutínio. Macau costumava dar 04 anos e recentemente diminuiu para 02. China ídem. Aqui no Brasil - historicamente, desde que o Presidente Getúlio Vargas e o jornalista Assis Chateaubriand promoveram a histórica "Campanha Nacional de Aviação" (1941; vide http://www.pabloaerobrasil.net/albuns/pages/CONDOR_4.htm), batizando e distribuindo aeronaves de treinamento básico, fazendo proliferar aeroclubes até mesmo pelos mais longínquos rincões do país -, temos uma estrutura de aviação geral que é a 2a. maior do Mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América. Só que o Estado Brasileiro - ao ser negligente e complacente com relação a um sem-número de condições desfavoráveis ao desenvolvimento desta estrutura - permitiu que a mesma se deteriorasse, além do limite da razão. A solução - ao contrário do que certos pretensos "liberais" possam trombetear por aí - não passa por inflação deliberada do mercado com estrangeiros e/ou fomento do arrocho salarial e de condições de trabalho. A solução - empurrada com a barriga ao longo de décadas por sucessivos governos - passa por encarar o problema de frente, atacando as causas e não o efeito, ou seja, resolvendo de uma vez por todas o "gargalo" que é o treinamento básico e intermediário. "Liberar o mercado", da maneira como está proposto pelos parlamentares - com a concessão indiscriminada de vistos de trabalho e de convalidação de licenças, e de contratos de até 05 anos sem reciprocidade alguma - equivale a "incendiar o apartamento para matar as baratas", isso quando não esconde intenções nada nobres. Uma delas provém da pressão, por parte de uma notória companhia petrolífera estrangeira (sócia da Petrobrás no Pré-Sal), que tenciona "importar" pilotos de helicópteros por salários mais baixos e sem benefícios sociais/laborais, o que em nada melhoraria a condição de segurança operacional. Acredite, pois já fui responsável por recrutar gente nessas condições, quando exercia cargo de chefia no estrangeiro, e a qualidade do profissional que se apresenta alí - no mais das vezes - não é nada boa. A iniciativa desses parlamentares - em sua Santa Ignorância, Cinismo e Oportunismo - quer fazer crer que, ao inundar nosso mercado de trabalho com gente de fora, aumentariam a possibilidade, por parte de certos empregadores (provavelmente os mesmos que ora patrocinam a "original e moderna iniciativa") de obter "profissionais qualificados e experientes" por salários menores e/ou menos benefícios, destarte causando uma "flexibilização das regras trabalhistas" na marra. Quanta ilusão e quanto desconhecimento das particularidades do mercado de trabalho aéreo / aeroviário!!! É espantoso, para dizer-se o mínimo. Não sabem que - neste mercado - vale a máxima segundo a qual "One pays peanuts, One gets monkeys". Piloto de linha aérea não é quebrador de pedra ou embalador de supermercado (que me perdoem os que exercem tais atividades, dignas e honestas, mas os critérios são bem outros!!!). Ídem para a linha aérea, Meu Senhor: se autorizarem da maneira que está proposta, sem acordos de reciprocidade e nem salvaguardas específicas para os processos de convalidação e garantias laborais, não espere que europeus, americanos, canadenses, australianos ou neozelandeses queiram vir trabalhar aqui...muito pelo contrário. O atual patamar de salários & benefícios de 99% das empresas brasileiras não atrairia profissional algum do chamado 1o. Mundo. Só para dar uma idéia, certas empresas brasileiras de transporte aéreo regular não oferecem nem convênio médico a seus funcionários, que dirá outros benefícios. Em contrapartida - e só para citar um exemplo -, empresas como Qatar Airways, Emirates e/ou Singapore Airlines custeiam até mesmo os estudos dos funcionários e de seus dependentes (até 03 dependentes por funcionário), aí incluído o ensino superior nas melhores universidades do planeta, e até a idade de 21 anos!!! Quem V.Sa. acha que "succiona", hoje, os melhores profissionais para seus quadros? Para onde iria V.Sa., se fosse aeronauta e dispusesse dos atributos requeridos? Para o Golfo Pérsico / Ásia, ou aqui para nosso varonil país? A vingar o disparate, quem se apresentará aqui serão justamente os "enjeitados" (ex.: gente do "5o. Mundo" que - por ser oriunda de países da "Lista Negra do Terrorismo" da Coalisão, são incapazes de obter vistos para a Zona da C.E., América do Norte etc.), o lixo que o resto do planeta sempre rejeitou, por razões várias. Étnicas, políticas, culturais, mas também - e é só o que nos importa - pelo baixo nível técnico e doutrinário, que é o que mais derruba aviões, desde que a Aviação existe. A esse respeito, recomendo a leitura de estatísticas idôneas (e não as da imprensa amestrada brasileira, tipo VEJA ou ISTO É), como http://flightsafety.org/. Aí sim, Cavalheiro, V.Sa. terá todas as razões para não permitir que a Sra. Sua Mãe viaje mais de avião. Também farei eu o mesmo, em relação à minha, se essa patifaria parlamentar acabar se criando. Coloco-me à sua disposição, bem como a todos da sua lista de contatos, caso queiram mais informações de parte de um profissional de aviação com mais de 30 anos de carreira, e que - a despeito de todas as tentativas de nossos detratores - ainda não cansou de lutar pelo que é certo. Não é corporativismo, não. É respeito pela segurança operacional. Em outras palavras: respeito pela vida, em 1o. lugar.
Cordialmente,
Fábio Otero Gonçalves
PLA # 5048 / Cód. ANAC # 521732

Acidente do PT-LXO. A verdade


Relato repassado pelo Bonanza clube !

O learjet 55 decolou da 02R do Santos Dumont fazendo a saída Rasa1 Botom.
Quando estavam no través do Pão-de-Açucar, no FL100, o painel esquerdo apagou ( navegação primária, secundária e o FMS ), passou então o PA para o lado do copiloto e depois de 1 minuto, o lado do copiloto tb apagou.
Ai foi declarado emergência ao controle. O controle mandou descer para 5000 e depois para 3000, na proa SUL.
O spoiler foi comandado e desceram, quando estavam chegando a 3000 pés e atingido, o cmte foi trimar, não tinha mais pitch trim, o copiloto teve que ajudar para manter o avião nivelado, neste instante, o copiloto mudou o pitch trim para o modo secundário e trimou. Como o avião perdia tudo, o avião foi configurado para pouso com antecedência, uma vez que estavam perdendo toda a parte elétrica. Deram flap 20 e trem em baixo.
O controle RJ pediu para o learjet chamar a Torre Rio, qdo chamaram, a torre não ouvia o chamado, depois de 1 minuto, perderam toda parte elétrica e ai o Fuel Computer ( tipo um fadec ) se foi.
Não tinham mais parâmetros de motor, só de ITT em módulo manual, o inversor tb já era. O inversor alimenta alguns instrumentos de motor e navegação.
Não tinha mais altímetro, HSI e velocímetro. Só se voava por bússola e ângulo de ataque para não estolar. Até o sbty instruments não estavam confiáveis.
O learjet prosseguiu para pouso na cabeceira 02R no RJ, neste instante tinha um TAM no circuito de tráfego para pouso na 02R. O learjet teve que fazer um circuito de tráfego em pane para o TAM pousar e vieram para pouso.
Na curta final da 02R quando o copilto foi dar full flap, o sistema hidráulico tb já era. Pousaram no começo da pista e o reverso não entrou, o spoiler não abriu, o freio entrou de depois saiu e só restou o de emergência que não foi o suficiente.
Tentaram dar um cavalo de pau, mas nem stering funcionava, o avião só saiu um pouco para esquerda por causa da atuação do leme. Ai caíram na água.
O learjet manteve o motor ainda acionado na água, para que o ar sangrado do motor continuasse entrar na cabine, assim o avião continuaria a boiar, que nem um bexiga. O resgate chegou e os tripulantes saíram ilesos e secos.
A princípio a pane foi que o painel de relê, que fica na cauda, torrou.
O relê deveria abrir com aumento de amperagem acima do limite e não abriu, torrando todo o sistema elétrico, por isso que perderam tudo, só tinha o motor funcionando.
Muita gente fala, pq o learjet não foi para o Galeão ?
Quando o lear teve a pane, o sistema hidráulico funcionava, então resolveram ir para o Santos Dumont. Qdo estavam na final do Santos Dumont, não tinham mais nada.
Os bombeiros estavam prontos e a torre Rio sabia da situação do learjet.
Se o learjet resolve-se ir para o Galeão daquele ponto em diante, seria um risco. O Galeão não sabia de learjet em emergência, o learjet não tinha mais rádio, o avião ia invadir o espaço aéreo, fazendo circuito de tráfego a cegas e iria pousar na 10.
Primeiro, poderiam causar algum acidente e/ou um perigo a todos, entrando na final e pousando no Galeão, sem a torre de lá estar sabendo. Se a torre desse o aviso luminoso de pistola na cor vermelha, o avião não estaria autorizado a pousar e o learjet ia ter que manter o circuito de tráfego com o avião todo em pane e ai já viu.
Só faltava os motores apagarem, já que nem o fuel computer funcionava, o liquidomêtro não funcionava, não sabia se as asas estavam desbalanceadas ou não ( max permitido 200 lbs ).
Poderiam cair em Niterói ou na água e morrer todos. Santos Dumont estava lá e era primeiro ponto de contato e a pista bem do lado do learjet. Pista e mulher nunca se deve desprezar. Será que valeria todo esse risco para pousar no Galeão ??? Só que está dentro daquele avião poderia saber