Waldez Ludwig

terça-feira, 8 de maio de 2012

Aeroporto da Pampulha quer ampliar capacidade de operação

Às vésperas de completar 80 anos, aeroporto tem projeto para ampliar capacidade para 2,2 milhões de passageiros por ano, mas esbarra na reação de vizinhos Tiago de Holanda (Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press) A grande planície apresentava boa visibilidade, mas estava coberta pelo mato e seu solo era pantanoso. Por isso, a bravura dos dois tenentes de Aviação do Exército impressionou seus colegas de farda. Em fevereiro de 1933, José Sampaio Macedo e Nelson Freire Lavenère-Wanderlei pousaram naquele terreno selvagem pilotando um avião pequeno, do tipo Waco C.S., de dois lugares e sem cabine. Testavam o local escolhido para a construção do aeroporto de Belo Horizonte, que veio a ser inaugurado no mesmo ano. O aeroporto da Pampulha, como ficou conhecido, em referência à região onde se estabeleceu e à lagoa que o margeia, foi o principal ponto de chegada e partida de aviões de Minas Gerais durante sete décadas, até perder o título para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, maior e mais moderno, situado em Confins, na Região Metropolitana da capital. Se o Pampulha chegou a receber 3 milhões de passageiros por ano, hoje não passa dos 750 mil. Prestes a completar 80 anos em 2013, planeja se expandir, mas enfrenta a oposição de moradores de seu entorno. Em 2011, o aeroporto de Confins acomodou 9.534.987 passageiros, 12 vezes mais que os 793.305 passageiros recebidos pela Pampulha, de acordo com os números da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A administração do aeroporto menor defende que ele atinja sua capacidade total de 2,2 milhões de passageiros anuais. “As empresas que já operam lá – Trip e Passaredo – têm interesse em aumentar a quantidade de voos, enquanto outras empresas querem entrar”, revela o superintendente da Infraero responsável pela Pampulha, Silvério Gonçalves. A Infraero espera que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprove, nos próximos meses, nova regulação permitindo que o aeroporto atue no limite de sua capacidade. “Estamos batalhando por isso”, enfatiza Gonçalves. Presidente da Associação Amigos da Pampulha, Flávio Campos é contrário à expansão. “Ela vai causar transtornos no trânsito da vizinhança, intensificar a poluição sonora e atmosférica produzida pelas aeronaves e aumentar o risco de acidentes”, prevê Campos. O superintendente da Infraero na Pampulha rebate as críticas. “Não haveria qualquer transtorno”, afirma. Segundo ele, o barulho das aeronaves não atrapalharia o sono de ninguém, já que não pode haver voos comerciais na Pampulha após as 22h. Além disso, é quase insignificante a probabilidade de ocorrerem acidentes. “Com mais aviões trafegando, o risco seria maior, mas ainda assim seria muito baixo. Hoje, os procedimentos de pouso e decolagem são muito controlados. No mundo todo há vários aeroportos em regiões densamente povoadas”, argumenta. Campos não se convence. Ele, que tem 65 anos, reside há três décadas no bairro Enseada das Garças, próximo à Lagoa da Pampulha, e se lembra de quando o aeroporto chegou a receber 2,97 milhões de passageiros em 2003 e 3,2 milhões em 2004, antes de a maioria dos voos serem transferidos para Confins, a partir de 2005. “Era um inferno. A cada dez minutos, passava um avião em cima das nossas cabeças”, descreve. Incômodos Atualmente, apesar de receber somente aeronaves de pequeno ou médio porte, que não costumam carregar mais de 70 pessoas, o ruído ainda incomoda. “Os aviões passam em cima do meu apartamento. A gente está vendo TV e não dá para ouvir, tem que esperar o avião passar. Atrapalha um pouco, mas a gente acostuma, né?”, diz Diocésio Reis, de 79 anos, morador da região da Pampulha desde 1951. Apesar do importúnio, Diocésio lembra com carinho da época em que trabalhou no aeroporto, entre 1951 e 1983. Foi despachante e, depois, supervisor de aeroporto de três empresas de aviação, duas delas já extintas: Vasp e Varig. “Por aqui só havia mato. Para chegar ao aeroporto, vínhamos de ônibus ou bonde. Os ônibus eram muito velhos e não aguentavam subir a Avenida Antônio Carlos. Ali na altura do Corpo de Bombeiros, os passageiros tinham que descer e seguir a pé”, relata. As memórias de Diocésio fazem parte do livro Aeroporto da Pampulha – BH nas asas do progresso, editado pela Infraero em 1997 e escrito por Lígia Maria Leite Pereira e Maria Auxiliadora de Faria. A obra revela que o aeroporto só teve seu funcionamento suspenso em 1954, quando a barragem da lagoa se rompeu e as águas inundaram as pistas e demais instalações do local. O aeroporto começou a funcionar com a denominação oficial de Destacamento de Aviação e atendia apenas voos do antigo Correio Aéreo Militar, pertencente ao Exército. Os aviões que pousavam lá haviam partido do Rio de Janeiro e seguiam em direção a Fortaleza. Apenas em 1936, o governo estadual foi autorizado a conceder à extinta Panair do Brasil S/A o direito de explorar comercialmente a linha de comunicação aérea entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro. O primeiro voo comercial foi feito em 1937, em um avião bimotor, com capacidade para apenas dois tripulantes e seis passageiros. LINHA DO TEMPO 1933 > O aeroporto é criado para atender voos do antigo Correio Aéreo Militar, que pertencia ao Exército, e era uma das escalas entre Rio de Janeiro e Fortaleza. 1937 > Primeiro voo comercial, realizado pela extinta Panair do Brasil S/A, ligando Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. 1954 > A barragem da Lagoa da Pampulha se rompe e inunda pistas e outras instalações do aeroporto. 1955 > Em um inusitado acidente, um avião com 26 passageiros decolava da Pampulha quando bateu em uma vaca que estava na cabeceira da pista. 1961 > A pista do aeroporto foi reformada e passou a teras atuais dimensões de 2.540 metros de comprimento e 45 metros de largura. 2004 > O aeroporto foi rebatizado para Carlos Drummond de Andrade, em homenagem ao poeta mineiro. 2005 > O número de voos anuais da Pampulha foi reduzido para 40% da quantidade de 2004, de 3,194 milhões para 1,281 milhão, com a crescente transferência das operações para o aeroporto de Confins.

Gol corta 14 aviões da frota até 2013

Valor Econômico 07/05/2012 As ações da Gol linhas Aéreas registraram a maior alta do Ibovespa na sexta-feira, de 5,18%, apesar de a empresa ter divulgado prejuízo de R$ 41,4 milhões, revertendo lucro de R$ 69,4 milhões em igual período de 2011. Na visão dos investidores da bolsa, a Gol começa a obter sucesso na política de redução de custos, especialmente com a revisão do seu planejamento de frota, divulgada no mesmo dia, que prevê a redução de 14 aviões até 2013. A Gol encerrou 2011 com 150 aviões no total, mas terá 138 ao final deste ano. Em 2013, a companhia prevê frota total de 136 aeronaves. Em 2014, a Gol começa a retomar o crescimento de sua frota, com 140 unidades. Esses números incluem a Webjet, adquirida por ela em julho do ano passado. "Esse planejamento de frota confirma que a Gol vai manter a estratégia de redução de capacidade. Assim, ela pode obter uma taxa de ocupação dos aviões e um yield (rentabilidade) mais saudáveis", diz o analista de aviação do banco UBS, Victor Mizusaki. O diretor financeiro da Gol, Edmar Prado Lopes, estima que a Gol vai deixar de gastar US$ 500 milhões até 2014, com a revisão do plano de frota. Isso vai acontecer porque a empresa, que receberia sete aviões novos da família 737-800, da Boeing, vai repassá-los à Webjet - ou seja, não comprará aviões novos para sua controlada. Webjet opera atualmente com 24 aviões, a maioria de 737-300. Lopes enfatiza que, apesar da redução líquida no número de aeronaves, a oferta vai se adequar à necessidade da Webjet porque o modelo 787-800 tem cerca de 40 assentos a mais do que o modelo 737-300 e é mais produtivo. Segundo ele, a Gol não alterou seu pedido com a americana Boeing, que prevê a entrega de 90 aeronaves do modelo 737 até 2018. Os contratos foram assinados antes da compra da Webjet, em julho de 2011. O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, chamou a atenção para a redução de custos no primeiro trimestre. O custo operacional por assento disponível, exceto combustível (CASK ex-combustível) da Gol encerrou o primeiro trimestre em R$ 8,63, redução de 3,9% ante igual período de 2011 e recuo de 8,9% na comparação com o quarto trimestre de 2011. "Isso mostra a direção da empresa no modelo de negócios de baixo custo e baixa tarifa", afirmou Constantino. O vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Gol, Leonardo Pereira, destacou a melhora da situação financeira da companhia nos últimos anos. Ele comparou a atual situação da empresa com a de 2008, quando a Gol registrou o maior prejuízo de sua história, de R$ 1,3 bilhão. Segundo ele, em 2008 praticamente 100% da dívida da companhia era em dólar, mas atualmente esse nível caiu para 70%. Há quatro anos, 30% do endividamento da empresa era no curto prazo, mas hoje em dia essa relação foi reduzida para 10%. Pereira afirmou que o atual caixa da companhia é de R$ 2,2 bilhões, sendo que, em meados de 2008, estava no patamar de R$ 200 milhões. A participação da Gol linhas Aéreas no mercado doméstico, de 34,44% em março, deverá ficar estável ao longo do ano, segundo Constantino. Para ele, apesar de a Gol esperar um crescimento de demanda doméstica entre 5% e 7% neste ano, sua participação de mercado vai permanecer estável porque a empresa está promovendo uma redução de oferta de até 2% para aumentar a rentabilidade da operação. "O mercado mostrou na sexta-feira que a Gol pode voltar a ter margem operacional de dois dígitos. O mercado aposta que isso é possível", afirma o analista da Omar Camargo Investimentos, Felipe Rocha.

Webjet é a companhia aérea mais pontual nos últimos 14 meses

Mercado&Eventos Fernanda Lutfi Segundo dados diários publicados pela Infraero em sua página na internet e apurados pela companhia, a Webjet foi considerada a empresa aérea mais pontual do mercado brasileiro pelo 14º mês consecutivo. De março de 2011 até abril deste ano a companhia mantém um índice superior a 90%. Com o objetivo de continuar com a pontualidade doa voos, a companhia pretende mudou suas operações para o novo Terminal 4 do aeroporto de Guarulhos e lançou o “Totem com Balança”, que dá a possibilidade ao passageiro de efetuar seu próprio check in com despacho de bagagem. Julio Perotti, presidente da Webjet, acredita que com o empenho de toda sua equipe e os investimentos que estão programados para os próximos meses a empresa continuará a apresentar ótimos resultados ao cliente. “O caminho que percorremos para conseguir o primeiro lugar em pontualidade nos deu uma expertise única dentro do setor. Hoje, o nosso passageiro já começa a perceber que além de oferecermos as tarifas mais em conta do mercado também somos aquela que tem a viagem dentro do horário previsto”, disse Perotti. Para o executivo a chegada de oito novos aviões 737-800 até novembro reforça ainda mais o compromisso firmado em permanecer como uma das aéreas mais eficientes do setor.

CVM aprova oferta da LAN e TAM

O Globo Terça-feira, 8 de maio de 2012 Bruno Villas Bôas bruno.villas@oglobo.com.br Quase dois anos após anunciarem o memorando de entendimentos para a formação da maior companhia área da América Latina, a TAM e a chilena LAN Airlines conseguiram ontem a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar uma permuta de ações que vai unir a estrutura societária das empresas e fechar o capital da TAM na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na operação, as ações da LAN, listadas na Bolsa de Santiago, serão oferecidas aos investidores da Bovespa em troca das ações ordinárias (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) da TAM. Os papéis da LAN serão negociados na Bovespa, assim, na forma de recibos de ações, os chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Na oferta, os acionistas que aceitarem participar dessa troca vão receber 0,90 BDR da LAN para cada ação que possuir da TAM, segundo comunicado das empresas. O edital da Oferta Pública de Aquisição (OPA) de ações deve ser lançado em, no máximo, dez dias, contendo as informações completas sobre a oferta e o período para a aceitação da proposta pelos acionistas. Também em notas, as empresas informam que o órgão regulador dos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC) ainda precisa aprovar a troca das ações. A fusão deve ser concluída no primeiro semestre deste ano e formar a maior empresa em frotas de aeronaves da região.