Waldez Ludwig

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A flor da pele

Era o desastre anunciado: gente acima da conta, pressão extrema e vontade de muitas delegações em fazer menos do que o necessário para lidar com um dos maiores desafios que a humanidade já enfrentou. A COP15 entra na reta final em meio a muitas indefinições, boatos, cenas de violência e restrições duras a observadores. A tensão permeia Copenhague, suas ruas e o Bella Center, onde acontece a Conferência do Clima.

Enquanto chefes de Estado discursavam na plenária principal, as reuniões paralelas iam de mal a pior, muitas delas suspensas. Na madrugada, os americanos (que na era Bush tinham alergia a qualquer discussão sobre mudanças climáticas) voltaram para a mesa de negociação, mas apenas para travar as conversas. Às 10h30 da noite de quarta–feira (hora de Brasília), quando começaria uma reunião final de nível técnico para fechar o texto para ser negociado por ministros e chefes de Estado, os Estados Unidos decidiram jogar água na fervura.

Reclamaram de pontos já acordados há tempos. Primeiro implicaram com o ano-base, 1990, usado para calcular a redução de emissões dos países desenvolvidos. Queriam 1995 (seguir 1990 no texto é ser coerente com a ciência do clima, pois é o ano-base usado pelo IPCC). Também chiaram de serem cobrados no futuro pelas suas reduções de emissão. Não queriam, do mesmo modo, aceitar um volume mínimo de reduções domésticas como pedágio para entrar no mercado de créditos de carbono. Criticaram ainda a meta global de corte contida no documento dizendo que ela era irreal.

As demandas paralisaram a reunião plenária, que continuou numa série de encontros paralelos sem impacto direto sobre os trabalhos. Por volta das 8 da manhã, uma solução tipicamente diplomática permitiu que a reunião fosse retomada. Como não havia meio de achar um consenso, produziu-se um documento com uma chuva de colchetes, usados nos textos oficiais para demarcar indefinições.

Enquanto isso, os grupos que mais podem pressionar as delegações, os observadores e a imprensa, tinham seu trabalho limitado e seu acesso ao Bella Center, restrito. E a situação deve piorar até o final da conferência.

Nesta quinta-feira, penúltimo dia de COP15, somente 500 representantes de organizações não-governamentais poderão entrar no Bella Center – justo no momento em que os chefes de Estado tomarão decisões. Questiona-se nos corredores se a imprensa poderá seguir as reuniões, numa demonstração de que não há transparência no encontro.

Do lado de fora, a tensão chegava às vias de fato. Um choque entre manifestantes que rumavam ao Bella Center e a polícia dinamarquesa acabou com feridos e 250 presos, após cenas de pancadaria e gás lacrimogêneo. Relatos indicam que helicópteros da polícia soltam bombas de gás sobre qualquer aglomeração na cidade.

À medida que a hora da decisão chega, a organização da conferência tenta reduzir a pressão externa em cima dos delegados. Afinal, é mais fácil entregar pouco quando há poucos olhos sobre suas cabeças.

É fundamental que, nesses momentos finais de COP15, os chefes de Estado se lembrem que representam pessoas que serão afetadas pelo aquecimento global. E que levam para Copenhague o compromisso de salvar o planeta, e não promover sua imagem ou maquiar de verde seus pseudo-compromissos de desenvolvimento sustentável.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A situação dos aeroportos brasileiros


Em conversa com um amigo pude ver que a questão de infra-estrutura aeroportuária brasileira e algo alarmante. Sendo assim convido a todos que possamos debater sobre estes aspectos e desmistificar a burocracia que envolve a construção de novos e ou ampliação dos pontos estratégicos.

Para ilustrar estes ponto sugiro que assistam ao vídeo do programa Cana Livre, que teve como discussão a situação dos aeroportos brasileiros.

Alerto também a todos que pretende viajar neste final de ano em especial na véspera de Natal. Os aeronautas brevê paralisação entre os dias 23 e 25 de dezembro, devido aos baixos salários. Especialmente em um país que tem a maior margem de lucro de companhias aéreas.

O que você acha? Você tem idéia da influência da aviação na economia brasileira?

Vamos fomentar este debate!