Waldez Ludwig

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Gol formaliza compra da WebJet


ANA LUÍSA WESTPHALEN
DO VALOR ONLINE
DE SÃO PAULO


A Gol formalizou nesta terça-feira a compra da WebJet Linhas Aéreas, anunciada no começo de julho.

Conforme comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o contrato de compra e venda foi assinado na segunda-feira por representantes da VRG Linhas Aéreas, controladora da Gol, e pelos acionistas controladores da Webjet. Vale lembrar que a operação ainda depende do aval das autoridades governamentais.

À época da compra, a Gol estimou a Webjet em R$ 310,7 milhões, mas a venda ocorreu por R$ 96 milhões. A diferença (R$ 214,7 milhões) são dívidas.

A companhia espera ainda obter uma sinergia de custos de R$ 100 milhões em dois anos após a aprovação da compra da Webjet.

NEGÓCIO

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deverá determinar que a Gol e a Webjet assinem um acordo para garantir que as operações das duas empresas sejam mantidas separadas até a análise da fusão, informou reportagem da Folha no mês passado.

Pelo tamanho do negócio e pela exígua quantidade de concorrentes, a tendência é que o conselho exija a assinatura de um Apro (Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação).

Esse tipo de acordo é firmado em operações que incluem empresas com grande participação de mercado. Foi feito, por exemplo, na compra da Sadia pela Perdigão.

O documento é a forma de o conselho manter as duas empresas funcionando separadamente até a análise final.

No caso Gol/Webjet, a preocupação do Cade é com os slots (horários e locais para pouso e decolagem), ativos concorridos nos principais aeroportos do país. A incorporação dos slots da Webjet poderá dar um grande poder de mercado para a Gol.

A Gol passaria a ter 40,55% do mercado, ante 44,43% da TAM.

PREÇOS

A compra da Webjet não deve acarretar em aumento nos preços das tarifas da compahia, afirmou o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, no mês passado.

Analistas afirmaram, após o negócio, que a união das empresas poderia acarretar em um aumento de preços para os clientes Webjet --hoje com algumas das passagens mais baratas do mercado.

"O negócio não implicaria aumento de custos. Devemos ganhar eficiência e manter tarifas extremamente competitivas", afirmou Oliveira Jr. durante teleconferência.

Ele afirmou também que o acordo não deve gerar demissões de funcionários --ocorrência comum em casos de integração de companhias.