Waldez Ludwig

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Aérea Ryanair propõe cortar copilotos para "economizar uma fortuna"



O presidente da companhia aérea irlandesa Ryanair, Michael O'Leary, propôs às autoridades de aviação europeias aposentar os postos de copilotos das aeronaves por terem se tornado "desnecessários". A informação foi publicada no jornal "Financial Times".

Segundo a publicação, o executivo argumenta que o número de passageiros perdeu o seu significado na aviação moderna (os resultados não dependem apenas desse indicador de consumo, mas de outros, como custos, margens e lucros, por exemplo), onde "os computadores fazem parte do trabalho", e com a eliminação dos copilotos das viagens de curta duração seria possível economizar "uma fortuna".

A justificativa dada por O'Leary ao jornal é de que os "trens circulam com um único condutor, o que poderia causar um acidente se o motorista sofre um ataque cardíaco". No entanto, "em 25 anos e 10 milhões de voos, apenas um piloto sofreu um ataque cardíaco", declarou ao "Financial Times".

O proprietário da Ryanair considera que as aeromoças são treinadas para substituir os copilotos, cujo trabalho hoje estaria limitado a 'impedir o seu colega [piloto]de não adormecer em um dos paineis de controle'. No entanto, o executivo admite que o profissional é necessário em voos de longo curso -- mercado no qual a companhia aérea irlandesa não está presente.

Michael O'Leary é conhecido por suas extravagâncias para levar a empresa à liderança no mercado europeu.

Em julho, a companhia especializada em voos baratos causou polêmica ao anunciar ter planos de oferecer lugares para passageiros viajarem em pé em seus aviões, com passagens que custariam 4 libras (cerca de R$ 10,61). Antes, a irlandesa já tinha atraído os holofotes para inovações ao declarar que pretendia cobrar 1 libra (cerca de R$ 2,65) pelo uso dos banheiros a bordo dos aviões, afirmou que pretende oferecer as passagens para viagens em pé justamente com os recursos arrecadados na utilização dos sanitários.

O plano anunciado pela empresa é de remover as últimas dez fileiras de assentos dos 250 aviões da companhia e substitui-los por 15 fileiras de assentos verticais. Dois banheiros da parte de trás também poderiam ser removidos.

A companhia tem mais de 1.100 rotas, em 26 países, conectando 157 destinos. A frota atual é de 250 novos aviões Boeing 737-800, com encomendas contratadas de 64 aviões novos para os próximos dois anos. A Ryanair tem atualmente uma equipe de mais de 8.000 pessoas e espera transportar cerca de 73,5 milhões de passageiros neste ano.

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