Waldez Ludwig

terça-feira, 25 de maio de 2010

Aeroportos vão ganhar 'gatilhos' para atender a demanda maior na Copa Serão 15 estruturas metálicas provisórias montadas em terminais atuais


Geralda Doca

BRASÍLIA. Metade dos 16 aeroportos das 12 cidades que vão sediar os jogos da Copa já apresentam gargalos hoje — situação que tende a se agravar com o volume extra de cerca de quatro milhões de passageiros nos dois meses do evento (junho e julho de 2014). Existem problemas nos terminais de passageiros em Guarulhos (SP), Confins (Belo Horizonte), Brasília, Porto Alegre, Fortaleza, Cuiabá e Natal. Além disso, há deficiências no pátio para estacionamento de aeronaves em Guarulhos, Brasília e Salvador.

O diagnóstico é do próprio governo, elaborado por Infraero, Ministério da Defesa e BNDES.

Como principal alternativa, o estudo sugere a instalação de 15 Módulos Operacionais Provisórios (MOP) — estruturas metálicas que podem ser montadas em até seis meses — para ajudar a resolver o problema nos terminais de passageiros.

Entre os aeroportos que ganharão terminais provisórios estão Guarulhos, que atende à cidade de São Paulo, Confins e Brasília, todos operando em capitais que vão sediar os jogos da Copa.

Medidas adicionais também para evitar o caos aéreo Também serão contemplados os terminais de Viracopos (Campinas), Ilhéus (BA), Imperatriz (MA), Juazeiro do Norte (CE), Macapá, São José dos Campos (SP), Teresina, Vitória e Goiânia. Além disso, o governo pretende utilizar os terminais próximos às capitais para desafogar os aeroportos das cidadessede durante o evento.

Estão previstas ainda medidas para evitar um novo caos aéreo, como o controle da demanda via restrição de pousos e decolagens nos horários de maior pico nos aeroportos mais movimentados. Esse controle seria articulado entre Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), Infraero e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O objetivo é adequar os horários de voo à capacidade da infraestrutura.

Além da montagem dos terminais provisórios, o estudo prevê medidas por parte das companhias aéreas, como instalação de balcões de check-in nesses terminais e aumento da capacidade de utilização do sistema de autoatendimento.

Também foram listadas ações para as áreas de desembarque internacional de passageiros. Entre elas, dar maior rapidez ao desembaraço aduaneiro e alfandegário e padronizar os formulários utilizados no controle por órgão como Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).

No Rio, são previstas reformas em pistas do Galeão Caberia ainda à Infraero reorganizar os espaços ocupados por esses órgãos para aumentar a área ao público nesses terminais.

Segundo técnicos da Defesa, a proposta é que seja criada uma força-tarefa, reunindo vários órgãos para dar conta do movimento de passageiros durante a Copa.

Os aeroportos do Rio — Antonio Carlos Jobim (Galeão) e Santos Dumont — ficaram fora da lista dos aeroportos problemáticos.

O estudo considera apenas fundamental para a Copa a conclusão da reforma do terminal 2 de passageiros do Galeão.

Já a reforma do sistema de pátio e pistas do Galeão e as obras complementares do terminal de passageiros do Santos Dumont não foram consideradas intervenções essenciais para o suporte ao evento.

O estudo cita ainda o plano de investimentos da Infraero nos terminais até 2014, de R$ 6,48 bilhões, entre recursos próprios e da União. Do total, R$ 5,3 bilhões serão aplicados nos terminais das cidades que vão sediar os Jogos. No Rio, são R$ 566,5 milhões do Galeão, na reforma do terminal 1 de passageiros e na conclusão do terminal 2.

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