Waldez Ludwig

terça-feira, 17 de novembro de 2009


Carreira
Especialistas apontam quais os caminhos para que o ingressante possa obter êxito no mercado de trabalho


Um bom currículo é capaz de atrair as melhores ofertas de emprego e garantir uma boa contratação. No entanto, fatores, como comportamento, relacionamento interpessoal, cultura geral, entre outros são determinantes para que o profissional possa manter-se no posto conquistado. Professores da Faculdade de Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) falam sobre a postura adequada no ambiente profissional e questões que garantem a sustentabilidade do emprego.

De acordo com o coordenador da Faculdade, Ricardo de Gil Torres, as empresas não contratam mais funcionários pelo seu diploma e sim, pelo pacote completo: hobbies, interesses pessoais, estilo de vida, etc. Por isso, a postura no ambiente corporativo e o aprimoramento pessoal constante são fatores que devem ser observados por aqueles que desejam ingressar no mercado de trabalho.

“Uma cultura bastante difundida nos EUA e que não vemos por aqui é o fato de os candidatos a uma vaga colocarem em seus currículos, informações, como interesses pessoais, ativismo social, atuação ou preferência por determinado time de futebol. As pessoas julgam equivocadamente que este tipo de informação não interessa aos contratadores, mas tanto os interessa, que eles vão pesquisar o perfil dos candidatos no Orkut [rede de relacionamentos] para se informar sobre os gostos, os posicionamentos, as preferências e comportamentos daqueles que pretendem ingressar naquela instituição. A experiência de vida é muito importante e conta bastante”, explica.

Para o coordenador, duas coisas importantes no que se refere à sustentabilidade do emprego, são o bom senso no comportamento e no trato com colegas, sejam subordinados, superiores, etc. e uma boa cultura geral. “O grande problema com relação ao bom senso é o desconfiômetro, pois as pessoas nunca sentem a falta dele [o bom senso], como diz o pensador Mark Twain(1), a pessoa que é rica, pode achar que poderia ganhar ainda mais dinheiro, a que tem saúde, pode achar que poderia ser ainda mais saudável, no entanto, as pessoas nunca acham que está lhes faltando o bom senso”.

Ele continua: “Abrir o leque e expô-los a todo o tipo de experiência, este é o diferencial que os profissionais precisam experimentar ao longo de sua formação. Dar aos alunos oportunidades de conhecerem coisas novas para então formarem uma opinião própria, que possam abrir suas mentes, entre outras posturas, são fatores que impedirão episódios de intolerância, como o da menina expulsa da universidade por usar um vestido curto. Neste sentido, o nosso curso de Administração cumpre a função, pois além das atividades de enriquecimento proporcionadas pela instituição, como o coral, o teatro, as oficinas temáticas livres, os professores fazem visitas guiadas, como a visita ao Porto de Santos, saídas para assistir peças de teatro em espaços alternativos, entre outras ações.” Comenta Ricardo.

As empresas buscam profissionais que, além da formação técnica, tenham a preocupação de agregar valores humanos, éticos e que o tornem capazes de solucionar problemas atuais das organizações. Com os avanços tecnológicos, as futuras profissões deverão valorizar a constante atualização profissional, a iniciativa, o trabalho em grupo e a atuação rápida a partir do pensamento analítico.

“Espera-se que o profissional tenha uma mente empreendedora, criatividade, que seja capaz de trabalhar em equipe, que esteja preocupado com a sua formação permanente, que respeite os seus pares, superiores e subordinados e que seja ético e responsável pelo resultado de seu trabalho. São coisas do passado trabalhar por obrigação, aposentar-se na empresa, conhecer apenas o que se faz, ter somente a visão técnica, ter segurança e estabilidade no emprego”, afirma Adriana Thomé Yázigi Abrão, doutora em Educação e docente na Faculdade de Administração da FESPSP.

Profissionais com boa formação técnica, mas que não contribuem para o bom relacionamento da equipe, que gerem sensação de mal-estar no ambiente do trabalho e que afetem a produtividade e motivação dos companheiros, são dispensáveis às empresas.

Segundo a professora, ao estudante de Administração que quer uma boa colocação no mercado de trabalho, é fundamental ter o conhecimento da dinâmica das empresas e o que elas atualmente exigem do profissional. Portanto, sua formação deve ser realizada de maneira a atender as exigências do mercado.

“O nosso curso de Administração foi estruturado de modo que o aluno tenha contato com o ambiente empresarial desde o primeiro ano de curso. Todo o conteúdo teórico que é passado em sala de aula está aliado à prática profissional que o administrador deve exercer na empresa. Logo, o estudante adquire o conhecimento técnico em sala de aula, e o conhecimento prático, na medida em que a dinâmica empresarial se apresenta a ele”, diz Adriana.


(1) Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens, (Florida, 30 de Novembro de 1835 —Redding, 21 de Abril de 1910) foi um escritor, humorista e romancista norte-americano.


Ricardo de Gil Torres é coordenador do curso de graduação em Administração da FESPSP. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão Tecnológica, atuando principalmente nos seguintes temas: plano diretor de informática, tecnologia da informação e educação.

Adriana Yázigi Abrão é docente dos cursos de Graduação em Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e coordenadora de projetos de capacitação na Fundação do Desenvolvimento Administrativo - FUNDAP. Tem experiência na área de Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão de pessoas, Qualidade e atendimento ao cliente.

Fonte;www.fespsp.org.br

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